Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade multou a Aman em R$ 6.531.000,00. Operação de combate ao incêndio, que aconteceu em junho deste ano, durou 10 dias. Incêndio no Parque Nacional do Itatiaia
Divulgação/Corpo de Bombeiros
O incêndio que destruiu mais de 300 hectares do Parque Nacional do Itatiaia, no Sul do Rio de Janeiro, em junho deste ano, foi causado por um fogareiro usado pelos cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) que estavam em um treinamento. A informação foi confirmada nesta terça-feira (22) pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que multou a Aman em R$ 6.531.000,00.
Ao todo, foram atingidos 312 hectares da parte alta da reserva. Além de vegetação nativa, o fogo também destruiu infraestruturas físicas do parque. A área foi embargada para garantir a regeneração da flora. A operação de combate ao incêndio durou 10 dias.
O fogo começou no dia 14 de junho, às margens da estrada, na parte alta. Uma câmera que monitora o parque 24h registrou o momento. Um comboio de viaturas da Aman aparece no vídeo próximo a um pequeno foco de incêndio, marcado por uma fumaça branca.
Cinco minutos depois, as imagens revelam o crescimento do fogo, com a fumaça mais densa e espalhada. Porém, os veículos não aparecem mais no vídeo, indicando a saída do comboio.
Imagens mostram militares em local onde queimada no Parque Nacional do Itatiaia começou
A investigação do ICMBio concluiu que “os militares detectaram o início do incêndio florestal e notificaram rapidamente os funcionários da Parquetur (empresa concessionária do Parque Nacional do Itatiaia), no Posto Marcão”. O instituto afirmou ainda que, inicialmente, os cadetes “ajudaram a combater o fogo” e, depois, a Aman “enviou helicópteros e mais militares, contribuindo desde o início para esclarecer as causas do incêndio”.
O g1 entrou em contato com a Aman e aguarda um posicionamento sobre a conclusão do caso.
Para chegar à conclusão das investigações, o ICMBio realizou análises de dados meteorológicos da estações do parque, das imagens das câmeras e depoimentos de quem trabalhou na detecção e controle do incêndio.
“Também foram realizadas vistorias na área impactada e mapeamento com uso de drones, para obtenção de coordenadas geográficas e identificação de evidências e vestígios, além de indicadores de queima produzidos pela passagem do fogo”, explicou o ICMBio.
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Incêndio no Parque Nacional do Itatiaia
Reprodução/Instagram
Relembre o incêndio
O incêndio no Parque Nacional do Itatiaia começou no dia 14 de junho – dia em que a reserva completou 87 anos. O fogo foi identificado na altura do Morro do Couto, a partir das câmeras de monitoramento do parque.
Imagens áreas mostram a destruição. Nos vídeos, é possível ver pontos de chamas, muita fumaça e helicópteros sobrevoando a área e jogando jatos de água para conter o fogo.
Imagens aéreas mostram o incêndio no Parque Nacional do Itatiaia
Após o incêndio ter sido controlado, drones foram usados para encontrar pontos de calor por baixo da copa das árvores para evitar que as chamas se alastrassem.
A gestão do Parque Nacional do Itatiaia declarou que o incêndio foi extinto no dia 23. A operação contou com 150 combatentes de 24 instituições, como militares da Aman, do Corpo de Bombeiros, agentes do Ibama e do ICMBio, além de voluntários.
As tropas encontraram dificuldades para combater as chamas em alguns locais de difícil acesso, tendo em vista que a área atingida pelo incêndio estava entre o Morro do Couto e a Pedra do Camelo.
A visitação a parte alta do Parque Nacional do Itatiaia ficou fechada por nove dias.
Sobre o Parque Nacional do Itatiaia
O Parque Nacional do Itatiaia foi criado em junho de 1937 e foi o primeiro parque nacional do país, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Ele fica na Serra da Mantiqueira – entre os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e próximo à divisa com São Paulo. Os limites alcançam os municípios de Itatiaia (RJ), Resende (RJ), Itamonte (MG) e Bocaina de Minas (MG).
Inicialmente abrangendo uma área de aproximadamente 12 mil hectares, ele foi ampliado para 28 mil hectares em de setembro de 1982. O parque é caracterizado por montanhas e rochas, sendo o Pico das Agulhas Negras o ponto mais alto, com altitude de 2.791,5m – o quinto maior do país.
Em 2017, pelo aniversário de 80 anos da reserva, o local recebeu Medalha Tiradentes, a mais alta condecoração concedida pela Alerj.
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